Franz Reichelt era um alfaiate nascido na Áustria em 1879 e radicado na França, tendo obtido cidadania francesa em 1909. Pioneiro do paraquedismo, ele elaborou um traje destinado a aviadores que convertia-se em um paraquedas e que lhes permitiria sobreviver caso eles fossem obrigados a abandonar as aeronaves.
Os primeiros testes das versões iniciais do invento foram bem sucedidos e foram realizados com manequins jogados do quinto andar do seu prédio, depois de aperfeiçoamentos os testes seguintes não tiveram sucesso. Franz acreditava que os fracassos em parte eram fruto da falta de uma plataforma suficientemente elevada para testes, por isso pediu permissão à prefeitura de Paris para realizar um teste da Torre Eifel. Após várias negativas da administração municipal, finalmente no início de 1912 foi concedida a permissão.
Às 07:00 do dia 04/02/1912 Franz chegar à torre para a realização do teste. Com a imprensa presente, ele informa que o experimento não usaria manequins e que ele próprio saltaria usando o traje. Amigos e espectadores tentaram fazê-lo mudar de ideia sem sucesso. Houve discussão com a polícia local, para assegurar que houvesse espaço suficiente para o pouso e que a área estivesse devidamente isolada. Finalmente às 08:00 o alfaiate subiu ao primeiro pavimento da torre, pouco menos de 60 metros acima do solo, e verificou a direção do vento com um pedaço de papel arrancado de um livro. Às 08:22, observado por cerca de 30 jornalistas e curiosos e preparou-se para o salto. Usando um banquinho e uma mesa para ter acesso ao guardrail da torre ele hesitou por cerca de 40 segundos e finalmente pulou com seu paraquedas
parcialmente aberto. Caiu poucos segundos depois aos pés da torre, no solo congelado da capital francesa.
parcialmente aberto. Caiu poucos segundos depois aos pés da torre, no solo congelado da capital francesa.
Algumas fontes informam que a necropsia constatou que a morte de Reichelt teria ocorrido antes de chegar ao solo, decorrência de um ataque cardíaco, outras informam que a morte foi decorrente dos traumas do impacto. Ele já estava morto quando os espectadores correram em seu socorro, mesmo assim foi levado para o hospital Necker, onde foi oficialmente declarado morto. Segundo o Le Petit Parisien ele teria sofrido esmagamento da perna e braço direito, além de fraturas de crânio e coluna. Já o Le Figaro declarou que seus olhos estavam bem abertos e as pupilas dilatadas, como se estivesse aterrorizado.
Os jornais franceses do dia seguinte relataram a "experiência trágica" de Reichelt com fotos de todos os momentos do teste e inclusive a profundidade do buraco gerado pelo impacto do corpo com o solo (cerca de 15 centímetros). Segundo entrevista com um dos amigos de Reichelt ele sentira-se pressionado a realizar uma demonstração pública para atrair patrocinadores antes que a apetente de sua invenção expirasse. Ironicamente 2 dias antes um norte-americano havia saltado com sucesso da tocha da Estátua da Liberdade.
As história de Reichelt, bem como as fotos e o filme do desastroso experimento, correm o mundo até hoje. Para alguns ele era apenas um louco, para outros apesar de seus estado mental o alfaiate possuia uma incrível genialidade.
Depois do ocorrido as autoridades francesas passaram a dificultar a concessão de permissão para experiências na Torre Eiffel. Após Reichelt a primeira morte ocorrida em um salto a partir da torre foi a de um norueguês em 2005. Antes disso um salto de 1985, realizado para um filme, foi bem sucedido.