A checa Barbora Skrlová, na época com 33 anos de idade, foi presa em 2008 na Noruega passando-se por Adam, um menino de 13 anos de idade. Valendo-se do fato de ser portadora de uma doença glandular rara que faz com que ela pareça muito mais jovem, Barbora, que era procurada para interrogatório por seu envolvimento um caso de abuso infantil na República Checa envolvendo um culto religioso e uma mãe que torturava seus filhos, fugiu para a Noruega na primavera de 2007. Contando toda uma história de abuso infantil e abandono ela conseguiu inclusive ser adotada por um dramaturgo checo que também havia mudado para a Noruega. no outono de 2008 matriculou em uma escola de Oslo como o "careca", filho efeminado do dramaturgo.
A mídia checa na época relatou que Barbora era membro de uma seita dissidente do Movimento Graal, uma seita criada na Alemanha na década de 1940. A dissidência é dirigida pelo pai de Barbora, Josef Skrla, cujo paradeiro atual é desconhecido.
Entendendo o caso
No dia maio de 2007 a polícia da cidade de Kurim, na república checa, encontrou dois meninos amarrados nus no porão de uma casa. O encontro foi possível porque o cárcere era monitorado por uma câmera sem fio e o sinal foi interceptado acidentalmente por um vizinho, que ao perceber de onde partia denunciou o caso à polícia. Durante a ação policial foi encontrada também no cárcere uma menina segurando um bichinho de pelúcia que tão logo os policiais invadiram o local correu em direção a eles pedindo ajuda. No dia 09 do mesmo mês a mãe das crianças foi presa e as vítimas foram entregues a abrigos, de onde a menina fugiu logo em seguida. Ao iniciar a busca e investigar melhor o caso chegou-se à conclusão que a "menina" em questão era Barbora Škrlová, nascida em 1974.
Em janeiro de 2008 Škrlová foi presa na Noruega, onde vivia como Adam. Em juízo a mãe das crianças alegou ter sido manipulada por um misterioso "Doutor" e Škrlová disse que também foi abusada. Durante o julgamento, em que foram exibidas imagens da câmera do porão, ficou evidente que apenas os meninos passaram por abusos e peritos afirmaram que tortura de crianças foi provavelmente associada a um grupo religioso, e que o principal papel em tais abusos era desempenhado por Škrlová.
Em 24 de outubro de 2009 a mãe das crianças foi sentenciada em primeira instância a nove anos de prisão, a tia que também estava envolvida a dez anos e Škrlová a cinco anos. Em março de 2010 o Supremo Tribunal manteve as sentenças para os casos e rejeitou os recursos dos condenados.
Os meninos abusados foram confiados aos cuidados de seu pai.