Rich Lee trabalha como vendedor em St. George, Utah, e é um apaixonado por tecnologia. Alguns anos atrás ele perdeu boa parte da visão de seu olho direito e desde então começou a pesquisar maneiras de usar a tecnologia para melhorar seu corpo. Recentemente ele decidiu implantar minúsculos fones de ouvido diretamente em seus pavilhões auditivos. Com isso ele pode, por exemplo, usando um media player com um amplificador e um colar-bobina, ouvir música sem que ninguém saiba. Parece futilidade, mas na verdade o implante busca bem mais que isso.
Com o progresso de seus problemas oculares, a ideia principal dos implantes é compensar a eventual perda da visão com a ecolocalização. Algo semelhante a um radar que lhe permitiria interpretar as formas e dimensões dos objetos que o rodeiam com base na maneira como eles reagem às ondas sonoras emitidas e refletidas, bastante semelhante à maneira como um morcego percebe seu arredores no escuro.
Os implantes, que consistem basicamente de imãs de neodímio, poderiam ser perigosos, trazendo risco de infecção e até amputação das orelhas, por isso Rich procurou um artista especializado em modificações corporais para realizar o trabalho. Os imãs foram revestidos com uma camada de ouro e depois passaram por um processo de bio-impermeabilização. Em seguida foi feita uma pequena incisão na protuberância em frente a abertura do ouvidor onde foi feita a inserção e a posterior sutura. A recuperação levou cerca de uma semana e só exigiu um pouco de gelo e ibuprofeno.
Fisicamente o som é uma sequência ondas ou vibrações no ar. O dispositivo de Lee, em conjunto com os implantes, imita a forma como nossos ouvidos normalmente percebem o som. Um media player gera o som que é transmitido a um pequeno amplificador e em seguida ao colar-bobina feito de fios de cobra. Conforme a corrente passa pela bobina faz com que os imãs implantados vibrem. Segundo Lee, a qualidade do som é comparável à de um par de fones de ouvido baratos.
O experimento ainda está em seu estágio inicial, segundo Rich ele está testando múltiplas configurações de bobinas, tensão, etc. No estágio atual uma bateria de nove volts esgota-se em 1 hora, a expectativa no entanto é grande. A visão do olho afetado de Lee vem caindo aos poucos e a tendência é que seu olho ainda não afetado siga o mesmo caminho. Até que isso aconteça ele pretende ter avançado na sua experiência a ponto de ter um telêmetro ultrassônico que lhe permita ouvir a aproximação dos objetos e substituir ainda que parcialmente a visão perdida.
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